domingo, 25 de março de 2012

1º Círculo de discussões e encaminhamentos com o tema CONDIÇÕES DE TRABALHO NO AMBIENTE ESCOLAR: desafios, angústias e perspectivas.

O Jornal Voz da Educação promoverá o

1º Círculo de discussões e encaminhamentos com o tema CONDIÇÕES DE TRABALHO NO AMBIENTE ESCOLAR: desafios, angústias e perspectivas.

"A qualidade do ensino está intimamente ligada ao bem-estar de todos os profissionais que atuam no ambiente escolar."
 
Participe!! Vamos discutir temas relacionados ao ambiente 
escolar e buscar as devidas soluções.

Dia: 14 de abril, sábado
Horário: 15 horas
Local: Colégio Tiradentes, Rua Presidente Faria, Centro, Curitiba.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Aumento da carga horária




O debate e as investidas sobre o aumento da carga horária e seus reflexos no rendimento escolar parece ser uma trama interminável e que renderá ainda muitos episódios nas instâncias dos poderes Executivo e Legislativo.

O Ministro da Educação solicitou um estudo sobre o aumento do número de horas do aluno na escola e sua correlação com o aumento do rendimento escolar. Esse estudo realizado pela Secretaria de Assuntos Estratégicos do governo, teria “revelado” que mais tempo na escola “possibilitaria” melhoria dos resultados do aluno na aprendizagem e nas avaliações (Enem, Ideb, etc). “Tem gente que defende o aumento da carga horária, outros, o aumento do número de dias letivos. E há essa terceira ideia, de não fixar número de dias e de horas e dar alguma liberdade para a rede se organizar”, disse ao Estado o Ministro Haddad. Por exemplo, se são fixados no mínimo mil horas ou 200 dias, a escola pode dar cinco horas por dia e manter 200 dias letivos ou pode dar 4h30 em 220 dias”. (Fonte: O Estado de S.Paulo)

O objetivo em aumentar os dias letivos é encurtar o tempo que a criança fica longe da escola. Ou seja, na visão desses “burrocratas”, mais tempo na escola e mais tempo na sala de aula representa mais aprendizado.

Conforme noticiou o Correio Braziliense (20/10), a secretária de Educação Básica do MEC, Maria do Pilar Lacerda teria dito em seu Twitter que “o governo desistiu da ideia de ampliar os dias letivos e que a ampliação deverá se dar pela ampliação da jornada diária.”

Você concorda que esse é o caminho para melhorar a qualidade do ensino público?

Você já percebeu que as políticas educacionais propostas nunca consideram o excesso de alunos em sala de aula, a indisciplina escolar, a baixa remuneração docente e a ausência dos pais na vida escolar de seus filhos como problemas primordiais a serem resolvidos, para que possamos, efetivamente, caminhar em direção a um ensino público de qualidade?

Aqueles que gerenciam os órgãos responsáveis pela educação pública demonstram, nessas palavras, falta de conhecimento sobre o tema. Porém, acreditamos que essa incompetência represente muitas doses de descompromisso com o ensino de qualidade. E esse é um risco que não podemos nos dar ao luxo de correr.

Ciclo de debates e palestras do Arquivo Manoel Jacinto Correia Encontro com Anita Leocádia Benário Prestes

 
No dia 10 de novembro, centenas de pessoas tiveram a oportunidade de prestigiar a palestra da professora Anita Leocádia Benário Prestes, filha de Luís Carlos Prestes e Olga Benário, sobre o tema “A Coluna Prestes na construção da democracia no Brasil”.

O evento aconteceu no Auditório da SETS e foi promovido pelo Ciclo de debates e palestras do Arquivo Manuel Jacinto Correia e obteve o apoio da Corrente Comunista Luiz Carlos Prestes, Partido Comunista Brasileiro, Partido Comunista Marxista Leninista, Partido Comunista Revolucionário, Juventude Comunista Avançando, União da Juventude Comunista, Grupo MAS e também contou com o apoio do Movimento Respeito e Dignidade.

Escolas repudiaram a política de fechamento de turmas imposto pela SEED

 
Parabéns às professoras e professores, parabéns às diretoras e diretores que não se curvaram diante da tentativa do Governo/SEED de impor goela abaixo medidas neoliberais – como o fechamento de turmas – comprometidas em prejudicar a escola pública.

Qual o real objetivo em fechar turmas? Nós sabemos e não aprovamos, porque defendemos uma educação comprometida com o desenvolvimento psicossocial de nossas crianças e adolescentes. O fechamento de turmas ou “enturmação”, representa um desrespeito aos direitos humanos, um desrespeito ao trabalho docente. 

Cadê os nossos 33% de hora-atividade? Vamos mobilizar a categoria!

O Governo/Seed diz que não há recursos para conceder os 33% de hora-atividade para 2012. Que “o aumento da hora-atividade implicaria no aumento de cerca de R$ 9 milhões, a cada mês, na folha de pagamento da Educação”. No entanto, o Governo disponibilizou mais recursos a Saúde. Isso é ótimo! Porém, em relação aos 33% de hora-atividade para 2012, fica tão claro quanto a neve, que o x da questão não é a falta de verbas, e sim, a falta de vontade política. Vamos mobilizar a categoria!

Língua portuguesa: o português e o mercado de língua


O Brasil ocupa, hoje, a 7ª posição entre as maiores economias do mundo. Com seu território continental, é o 5º.maior país e o 5ºem população. Com nossos mais de 190 milhões de falantes, o português brasileiro é a 3ª língua mais falada do Ocidente, atrás somente do espanhol e do inglês. No entanto, nossos governantes até hoje não despertaram para a relevância das línguas no atual mercado globalizado. O português brasileiro cresce de importância no mundo por pura inércia, arrastado pela projeção do país no cenário mundial. Embora tenhamos 85% dos falantes de português no mundo, não temos nenhuma politica linguística sistematizada, planejada, para tornar nossa língua um bem de exportação capaz de fazer aumentar ainda mais o nosso PIB. Já Portugal, cinquenta vezes menor que o Brasil e com uma população inferior à da cidade de São Paulo, tem 17% de seu PIB constituído por produtos linguísticos. Na comparação, perdemos de longe para os portugueses, que são há muito tempo muito mais agressivos na promoção de sua língua no exterior. Na UNAM, a Universidade de Autônoma Nacional do México, está o maior contingente de aprendizes de português no mundo e tudo levaria a crer que o português brasileiro seria o objeto de desejo dos mexicanos. No entanto, o Instituto Camões, órgão oficial da politica linguística portuguesa, ocupa um andar inteiro no centro de línguas da UNAM, enquanto o português brasileiro não recebe nenhum apoio institucional oficial e são os professores brasileiros no exterior que são obrigados a se desdobrar para levar adiante a difusão da nossa língua.

O Brasil poderia muito bem ocupar, no tocante à língua portuguesa, o mesmo papel que ocupa os Estados Unidos no tocante ao inglês. Existe uma commonwealth, comunidade internacional de países de língua inglesa, da qual os Estados Unidos não fazem parte. Apesar disso, o inglês que impera no mundo é o inglês americano, por razões mais do que óbvias, sem dar a mínima bola para a politica linguística do Reino Unido, que também é forte. O Brasil, no entanto, assume uma postura colonizada, de subserviência às decisões linguísticas de Portugal. Por exemplo, os livros didáticos brasileiros continuam estampando até hoje uma norma padrão abissalmente distante do verdadeiro português brasileiro urbano culto. A ridícula proibição de começar a frase com pronome obliquo só existe porque os portugueses não falam assim. Resultado: 192 milhões de pessoas são obrigadas a seguir uma regra que é natural, espontânea, intuitiva para menos de 9,5 milhões que vivem do outro lado do Atlântico. Ninguém precisa proibir os portugueses de começar a frase com pronome obliquo: a fonologia da língua deles não permite isso, ao contrario da nossa.

O futuro do português no mundo depende do Brasil, mas para isso é necessário empreender pelo menos duas ações bem planejadas e executadas: abandonar a ideia jurássica de que só os portugueses falam bem a língua e reconhecer a legitimidade das opções genuinamente brasileiras de uso da língua, que é tão nossa quanto a dos portugueses e até mesmo, se levarmos em conta a população, muito mais a nossa do que a deles!

Marcos Bagno é linguista, escritor e professor da UNB – Artigo extraído da revista Caros Amigos

O professor é refém...



  • do tempo de que necessita, mas de que não dispõe, para superar deficiências básicas de formação;
  • das pressões internas que sofre do sistema – que o impulsiona a implementar  técnicas e métodos que lhe exigem dedicação quase individual a cada aluno – e que ele não consegue, porque não “dá tempo”;
  • da própria consciência que lhe revela sua impotência para realizar uma avaliação qualitativa, tal qual se preconiza atualmente;
  • dos alunos, que hoje o enfrentam e desafiam abertamente, em muitos casos;
  • da família dos alunos, que perdeu a autoridade sobre os filhos e pressiona a escola para fazê-lo em seu lugar;
  • da sociedade, que volta e meia surpreende professores e gestores com medidas cautelares, mandados de segurança e processos...

(Trecho extraído do livro “O Professor Refém” de Tania Zagury)